Dólar fecha em R$ 5,40 e tem maior nível em mais de um mês; bolsa cai
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (21), em um ajuste após o feriado do Dia da Consciência Negra. A ...
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (21), em um ajuste após o feriado do Dia da Consciência Negra. A moeda norte-americana avançou 1,18%, cotada a R$ 5,4010, no maior patamar em mais de um mês. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve queda de 0,39%, aos 154.770 pontos. Os investidores dividiram a atenção entre fatores internos e externos nesta volta do feriado. Por aqui, o destaque ficou a retirada da tarifa de 40% a uma série de produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos. Já no cenário internacional, novos dados de emprego e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) ficaram no radar. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça ▶️ O principal destaque no noticiário brasileiro foi a redução das tarifas de 40% sobre vários produtos brasileiros por parte do presidente norte-americano, Donald Trump, na véspera. A lista conta com carne bovina, café, cacau e açaí, mas ainda deixa de fora uma série de exportações. A expectativa, agora, fica pelos próximos passos da negociação entre Brasil e EUA. ▶️ No noticiário internacional, o foco fica com os novos dados do payroll, relatório oficial de emprego dos EUA, que voltaram a ser divulgados após o fim da paralisação do governo do país. O documento trouxe dados mistos do mercado de trabalho norte-americano e reacendeu dúvidas sobre os próximos passos do Fed na condução dos juros. O relatório mostrou criação de 119 mil vagas fora do setor agrícola, acima das estimativas, mas indicou um aumento da taxa de desemprego para 4,4% na última leitura. ▶️Com isso, discursos de dirigentes do Fed também ficaram sob os holofotes. Nesta sexta-feira, uma autoridade importante do BC norte-americano indicou que os juros podem cair no curto prazo, fazendo aumentar no mercado as apostas de um novo corte na reunião de dezembro. ▶️ No noticiário, destaque também para os resultados e projeções otimistas da Nvidia, divulgados após o fechamento dos mercados na quarta-feira. Entre os indicadores, o foco ficou com os índices de gerentes de compra (PMI na sigla em inglês) da Europa e dos EUA. Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado. 💲Dólar a Acumulado da semana: +1,97%; Acumulado do mês: +0,32%; Acumulado do ano: -12,60%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: -1,88%; Acumulado do mês: +3,50%; Acumulado do ano: +28,67%. Redução das tarifas para o Brasil O principal destaque da sessão desta sexta-feira (21) ficou com a redução das tarifas de 40% sobre produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos. A medida beneficia carne bovina, café, açaí, cacau e diversos outros produtos. A retirada da tarifa vale para itens que chegaram aos Estados Unidos a partir de 13 de novembro. A data coincide com a reunião entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, quando o tema foi discutido. Na semana passada, o governo Trump já havia reduzido as tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, para vários países. No caso do Brasil, a alíquota havia caído de 50% para 40%. Agora, itens como café, carne e frutas, incluídos nas duas decisões recentes, voltam às taxas de exportação praticadas antes do tarifaço anunciado por Trump. Veja a lista de produtos brasileiros que ficam de fora do tarifaço Entenda por que só parte dos produtos brasileiros foram beneficiados A notícia foi bem recebida pelo governo, mas representantes da indústria reforçam que pelo menos dois terços das exportações brasileiras seguem afetados pelo tarifaço de Trump. “Máquinas e equipamentos, móveis, couro, calçados, aviação, alguns óleos, cera de carnaúba e minerais como a vermiculita seguem enfrentando custos adicionais para entrar no mercado americano”, explica Frederico Lamego, superintendente de Relações Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A expectativa, agora, é pelos próximos passos da negociação entre Brasil e EUA. Dados de emprego e os sinais sobre os juros Outro fator que também ficou na mira dos investidores foi a divulgação, na véspera, do payroll — relatório de emprego oficial dos EUA e um dos documentos utilizados pelo Fed para determinar o futuro das taxas de juros norte-americanas. A divulgação dos dados havia sido interrompida por conta da paralisação do governo dos EUA. Segundo o documento, a economia norte-americana gerou 119 mil postos de trabalho em setembro — resultado bem acima do esperado pelo mercado, de 50 mil novas vagas. Apesar disso, no entanto, a taxa de desemprego subiu para 4,4%, ante previsão de 4,3%. Os dados mistos do mercado de trabalho levantaram dúvidas sobre os próximos passos do Fed na condução da política monetária norte-americana e levou os holofotes desta sexta-feira (21) para novas falas de dirigentes da instituição. Durante a tarde, o presidente da distrital do Fed em Nova York, John Williams — membro permanente do Fed com direito a voto na política de juros e vice-presidente do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) — afirmou ainda ver espaço para novas reduções de juros no curto prazo. "Considero que a política monetária está sendo modestamente restritiva. [...] Portanto, ainda vejo espaço para um ajuste adicional no curto prazo na faixa da meta da taxa básica para aproximar a postura da política da faixa neutra", disse. Além disso, o diretor do Fed Stephen Miran também afirmou nesta sexta-feira que votaria a favor de mais um corte das taxas no próximo mês. Após os comentários, o mercado passou a prever uma chance de quase 60% de um corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Fomc, em dezembro, revertendo a convicção anterior de que o Fed faria uma pausa decido a preocupações com a inflação. Agenda econômica Índice de Gerentes de Compras (PMI) O índice da zona do euro, divulgado pelo S&P Global, indicou que a atividade empresarial na região cresceu de forma constante neste mês, com o setor de serviços expandindo no ritmo mais rápido em um ano e meio, enquanto a fraca demanda levou o setor manufatureiro de volta à contração. Entre os destaques: Na Alemanha , a maior economia do bloco, o crescimento do setor privado perdeu força em novembro devido a uma contração inesperada no setor manufatureiro e a um crescimento abaixo do esperado no setor de serviços. Mas na França , a atividade empresarial praticamente se estabilizou, uma vez que o crescimento no setor de serviços quase compensou uma queda mais acentuada do que a prevista na produção industrial. Na Grã-Bretanha , fora da União Europeia , o crescimento empresarial praticamente parou este mês, com as empresas adiando seus planos antes da apresentação do orçamento governamental na próxima semana. Já nos Estados Unidos, a atividade industrial desacelerou para o menor nível em quatro meses neste mês, devido ao aumento dos preços em função das tarifas de importação impostas por Donald Trump. Isso porque as taxas restringiram a demanda e levaram a um acúmulo de mercadorias não vendidas, o que pode prejudicar o crescimento da economia em geral. Bolsas globais Nos EUA, os principais índices de Wall Street operam em alta nesta sexta-feira. O Dow Jones subiu 0,10%, para 46.138,77 pontos. O S&P 500 teve alta de 0,38%, a 6.642,19, enquanto o Nasdaq avançou 0,59%, para 22.564,23 pontos. Já as bolsas europeias fecharam mistas, conforme investidores repercutiam os sinais sobre juros nos EUA e a indicação de que novos progressos haviam sido feitos para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia. No fechamento, o índice STOXX 600 caiu 0,30%. Entre os principais mercados, Londres (FTSE 100) subiu 0,13%, Frankfurt (DAX) caiu 0,80%, e Paris (CAC 40) ganhou 0,02%. Já na Ásia, os mercados despencaram, acompanhando a onda de vendas nos mercados globais da véspera, com ações de tecnologia liderando as perdas. Em Tóquio, o Nikkei caiu 2,40%, a 48.626 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou 2,4%, enquanto Xangai teve perdas de 2,5% e o CSI300 teve queda de 2,4%. Notas de dólar. Murad Sezer/ Reuters
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https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/11/21/dolar-ibovespa.ghtml