Ibovespa bate novo recorde e fecha aos 158 mil pontos, com apoio de Vale e bancos; dólar cai
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, bateu um novo recorde de fechamento no pregão desta quart...
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, bateu um novo recorde de fechamento no pregão desta quarta-feira (26), aos 158.555 pontos (+1,70%). A alta acompanhou o avanço dos índices de Wall Street e foi impulsionada pelo avanço das chamadas blue chips — ações de empresas grandes, consolidadas e financeiramente mais estáveis —, com destaque para a Vale e os bancos. O dólar, por sua vez, recuou 0,77%, cotado a R$ 5,3346. Essa foi a terceira queda consecutiva da moeda norte-americana. No noticiário, as atenções dos investidores ficaram voltadas para a divulgação de uma série de indicadores no Brasil e no exterior, como a prévia da inflação brasileira (IPCA-15) e o Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA). 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça ▶️No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), visto como a prévia da inflação, registrou uma alta de 0,20% em novembro, acima das expectativas do mercado. Em 12 meses, no entanto, o indicador desacelerou para 4,5%, teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). (Entenda mais abaixo) ▶️ Além disso, investidores também seguem atentos ao quadro fiscal brasileiro. Além do superávit de R$ 36,5 bilhões nas contas do governo em outubro, o orçamento do próximo ano também segue no radar. Segundo o secretário da Fazenda, Dario Durigan, o governo ainda busca R$ 30 bilhões para conseguir fechar as contas em 2026. ▶️ No noticiário corporativo, o Banco Central do Brasil (BC) informou nesta quarta-feira (26) que a liquidação do Banco Master, decretada na semana passada, não representa risco sistêmico — ou seja, não representa risco ao sistema financeiro brasileiro. O órgão, no entanto, reforçou que as instituições financeiras precisam aprimorar seus sistemas de detecção de risco. ▶️Ainda por aqui, o presidente Lula sancionou nesta quarta-feira a isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil, válida a partir de 2026. O projeto, aprovado por unanimidade no Senado, também cria um desconto no IR para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350. ▶️Já no exterior, investidores ficaram atentos à divulgação do chamado Livro Bege do Fed, relatório que reúne resultados de pesquisas, entrevistas e outros dados qualitativos das 12 distritais do BC norte-americano. Os dados mostraram que apesar de o emprego ter sido mais fraco nas últimas semanas, a atividade econômica dos EUA sofreu pouca alteração. () Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado. 💲Dólar a Acumulado da semana: -1,23%; Acumulado do mês: -0,84%; Acumulado do ano: -13,68%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: +2,45%; Acumulado do mês: +6,03%; Acumulado do ano: +31,82%. Despesas pessoais pressionam IPCA-15 em novembro O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerada a prévia da inflação oficial do país, subiu 0,20% em novembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta manhã. Em 12 meses, a alta acumulada é de 4,50%, um pouco menor do que no período anterior. O grupo que mais pesou no bolso do brasileiro em novembro, segundo a prévia, foi o de despesas pessoais, com alta de 0,85%. Saúde e cuidados pessoais aumentaram 0,29%, e transportes subiram 0,22%. Já alguns itens ficaram mais baratos, como artigos para o lar, que tiveram queda de 0,20%. Em outubro, a inflação oficial medida pelo IPCA havia desacelerado para 0,09%, o menor resultado para o mês desde 1998, segundo o IBGE. Na ocasião, o grupo Vestuário foi o que mais pesou no bolso do consumidor, enquanto a conta de luz trouxe algum alívio após meses de alta. O resultado divulgado nesta quarta-feira representa uma desaceleração importante para a inflação brasileira e coloca os preços no acumulado de 12 meses dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação estabelecida pelo CMN — a meta é de 3%, mas é considerada atingida se ficar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Apesar de positivo, no entanto, o presidente do BC, Gabriel Galípolo já indicou que a instituição ainda está insatisfeita com os níveis de inflação. Na véspera, o banqueiro central disse que a instituição não segue o limite superior da meta, mas sim o centro do alvo. As afirmações de Galípolo indicam que o BC ainda pode manter a taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados por mais tempo. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece entre 9 e 10 de dezembro. De olho no fiscal Outro ponto que segue na mira dos investidores é o quadro fiscal brasileiro. Nesta quarta-feira, o Tesouro Nacional informou que as contas do governo registraram um superávit primário de R$ 36,5 bilhões em outubro. 🔎 O superávit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam acima das despesas do governo. Se as receitas ficam abaixo as despesas, o resultado é um déficit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública. Mesmo superavitário, no entanto, o número ainda representa uma piora em relação ao mesmo mês do ano passado (R$ 43 bilhões) e é o pior resultado para um mês de outubro desde 2023 (R$ 20 bilhões). Além disso, o resultado ainda está distante da meta fiscal do governo para este ano, que é o de zerar o déficit nas contas públicas. Nesse cenário, também ficou no radar as falas do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan e a sanção do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Segundo Durigan, o governo ainda busca R$ 30 bilhões para fechar o orçamento de 2026 e atingir a meta de superávit nas contas no próximo ano. Para isso, terá de aprovar projetos no Congresso até o fim de 2025. ➡️Entre os textos está uma proposta do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que eleva a tributação sobre as apostas online, conhecidas como "bets", sobre "fintechs" (empresas de tecnologia do mercado financeiro), e que também fixa uma tributação maior dos juros sobre capital próprio. Questionado por jornalistas, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, reafirmou que a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda é fiscalmente neutra, ou seja, não gera perda de arrecadação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sanciona nesta quarta-feira o projeto que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil por mês. O texto também cria um desconto no IR para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 mensais. As mudanças passarão a valer em janeiro de 2026. ➡️ O g1 preparou uma reportagem com as principais perguntas e respostas sobre o tema (clique aqui para ver). Além disso, calculadoras mostram quanto você deixará de pagar e o que muda para quem tem alta renda. LEIA TAMBÉM Nova isenção gera ganho mensal de até R$ 313; veja simulação por faixa salarial Cobrança mínima para a alta renda começa em R$ 0,10 com nova regra; entenda Dados e juros nos Estados Unidos Por fim, os mercados também ficaram atentos à divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos. Após a divulgação do payroll — relatório oficial de emprego do país —, na semana passada, o destaque da sessão ficou com o Livro Bege do Fed. O documento indicou que a atividade econômica dos EUA sofreu pouca alteração nas últimas semanas, embora o emprego tenha sido mais fraco em cerca de metade dos 12 distritos do Federal Reserve. Além disso, os gastos de consumidores também diminuíram. Publicado duas semanas antes de cada reunião de política monetária do Fed, o relatório tem o objetivo de ajudar o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) a avaliar a saúde da economia dos EUA. Com o vácuo de dados deixado pela paralisação recorde de 43 dias do governo, que se estendeu até meados de novembro, o Livro Bege deve ter mais peso do que o normal na próxima reunião entre dirigentes do Fed, que acontece em dezembro. As autoridades do BC norte-americano estão divididas se continuam a cortar as taxas dos EUA ou se optam pela manutenção dos juros. A taxa básica está agora na faixa de 3,75% a 4,00%. Bolsas globais Em Nova York, os três principais índices de Wall Street fecharam em alta, conforme cresciam as apostas de um novo corte de juros por parte do Fed. Esse foi o quarto dia seguido de ganhos antes do feriado de Ação de Graças. O Dow Jones avançou 0,67%, enquanto o S&P 500 subiu 0,68%. Já o Nasdaq Composite teve ganhos de 0,81%. As bolsas da Europa também tiveram ganhos nesta quarta, acompanhando o clima mais positivo no mercado mundial. Investidores estão animados com a possibilidade de corte de juros nos Estados Unidos pelo Fed. Empresas de tecnologia também puxaram os ganhos do dia. O principal índice europeu, o Stoxx 600, subiu 1,09%. Londres avançou 0,85%; Frankfurt ganhou 0,98%; Paris subiu 0,88%; Milão avançou 1,01%; Madri teve alta de 1,36%; Lisboa fechou com ganho de 0,95%. Já as bolsas da Ásia fecharam em alta nesta quarta-feira, influenciadas pelo bom humor em Wall Street e pelos resultados positivos da Alibaba, uma das maiores empresas de tecnologia da China. A Alibaba, dona da plataforma de compras AliExpress, divulgou lucro acima do esperado e disse que vai investir muito mais em inteligência artificial, o que animou os investidores do setor. Nos EUA, dados econômicos recentes também aumentaram a expectativa de que o Fed americano possa cortar os juros em dezembro, o que também ajuda a puxar os mercados para cima. Pelos países: Tóquio subiu 1,9%; Hong Kong teve leve alta de 0,13% Xangai caiu 0,15% Shenzhen (CSI300) subiu 0,61% Seul avançou 2,67% Taiwan subiu 1,85% Cingapura teve alta de 0,36% Sydney avançou 0,81% Dólar Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo
Fonte da Reprodução:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/11/26/dolar-ibovespa.ghtml